Na Apneia do Sono o paciente deixa de conseguir respirar durante alguns segundos (apneia) e só volta a conseguir fazê-lo após uma interrupção do sono (da qual pode ou não ter consciência) e, que é geralmente seguida de um forte ressonar.
Esta paragem pode ser parcial ou total. Ambos os tipos de paragens respiratórias levam a uma redução significativa do oxigénio no sangue que é prejudicial para o doente. A gravidade da doença é tanto maior, quanto maior for o número de apneias que podem, em casos mais graves, atingir 500 paragens por noite e, apneias com 1 minuto de duração. Estes eventos são muitas vezes observados apenas pelo companheiro/a e são o motivo que os traz ao médico, pois os doentes não se apercebem do que se passa, podendo até achar que dormiram bem toda a noite. Outras queixas frequentes são levantar-se para urinar várias vezes à noite, acordar cansado e ter dores de cabeça de manhã.
Infelizmente, a sonolência está longe de ser a única consequência da Apneia do Sono. Sabe-se que esta condição é um fator de risco muito importante para o enfarte cardíaco, para a arritmia e a ocorrência de acidentes vasculares cerebrais (AVC).
A falta de oxigénio que chega às células durante a noite, causada pela Apneia do Sono, afeta todos os órgãos do corpo e, o cérebro não é exceção. Nestes doentes observa-se uma degradação acelerada das capacidades cerebrais, sendo a “falta de memória” uma das múltiplas queixas que os doentes podem apresentar.
Atualmente o tratamento para a Apneia do Sono já existe, contudo com sucesso variável, dependendo do método escolhido e da gravidade da doença. O uso do CPAP nasal (do inglês Continuous Positive Airway Pressure ou seja, Pressão Positiva Contínua na via aérea) é muito eficaz e usado sempre nos casos graves. Outros tratamentos, como a cirurgia ou um dispositivo bucal podem ser usados em casos mais leves e adequadamente selecionados.
Sendo uma condição tratável e com benefícios óbvios para os doentes são fundamentais o diagnóstico e o encaminhamento correto destes doentes. Para isso é necessário efetuar um exame durante o sono, que regista as paragens respiratórias, o batimento cardíaco e o nível de oxigénio, entre outros parâmetros. Este exame pode ser feito com um aparelho que o doente leva para casa e com o qual dorme, ou em casos especiais, tem que ser feito num Laboratório de Sono.